Maria Mercedes MOURÃ?OIdade: 80 anos1879–1959
- Nome
- Maria Mercedes MOURÃ?O
- Nomes
- Maria Mercedes
- Sobrenome
- MOURÃ?O
- Nome de casada
- Maria Mercedes MIRANDA
Família com pais |
pai |
OlÃmpio Júlio de Oliveira MOURÃ?O Nascimento: 8 Março 1856 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 5 Setembro 1933 — Belo Horizonte, MG, Brasil |
mãe |
Mariana Corrêa RABELO Nascimento: 20 Agosto 1860 42 29 — Curralinho, MG, Brasil Falecimento: 10 Setembro 1944 — Diamantina, MG, Brasil |
Casamento: 3 Fevereiro 1877 — Diamantina, MG, Brasil |
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22 meses irmão mais velho |
Francisco Sales Corrêa MOURÃ?O Nascimento: 14 Dezembro 1878 22 18 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 24 Setembro 1926 — Diamantina, MG, Brasil |
3 meses herself |
Maria Mercedes MOURÃ?O Nascimento: 22 Março 1879 23 18 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 9 Agosto 1959 — Belo Horizonte, MG, Brasil |
18 meses irmã mais nova |
Maria CecÃlia Corrêa MOURÃ?O Nascimento: 12 Setembro 1880 24 20 Falecimento: 1882 |
14 meses irmã mais nova |
Maria Olinta Corrêa MOUR�O Nascimento: 6 Novembro 1881 25 21 Falecimento: 1972 |
irmã |
Maria CecÃlia Corrêa MOURÃ?O Nascimento: Falecimento: 16 Janeiro 1942 |
irmão mais novo |
Pedro Corrêa Rabelo MOUR�O Nascimento: 16 Dezembro 1882 26 22 Falecimento: 1963 |
17 meses irmã mais nova |
Maria Bernadete Corrêa «Tia Neném» MOURÃ?O Nascimento: 29 Maio 1884 28 23 Falecimento: 8 Agosto 1944 |
irmão |
Júlio Corrêa MOUR�O Nascimento: |
irmã mais nova |
Maria José Corrêa MOURÃ?O Nascimento: 24 Maio 1886 30 25 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 1970 |
2 anos irmão mais novo |
OlÃmpio Júlio de Oliveira «Pimpinho» MOURÃ?O Nascimento: 9 Maio 1888 32 27 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 1972 |
3 anos irmã mais nova |
Maria Zelinda de Oliveira MOURÃ?O Nascimento: 10 Agosto 1891 35 30 Falecimento: 1976 |
22 meses irmão mais novo |
João Corrêa MOUR�O Nascimento: 27 Maio 1893 37 32 Falecimento: 21 Setembro 1894 |
-8 meses irmã mais nova |
Maria Ester Corrêa MOUR�O Nascimento: 18 Setembro 1892 36 32 Falecimento: 1967 |
4 anos irmão mais novo |
João Cleto Corrêa «Bambão» MOURÃ?O Nascimento: 8 Junho 1896 40 35 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 1966 |
5 anos irmão mais novo |
Paulo Krüger Corrêa MOUR�O Nascimento: 23 Julho 1901 45 40 Falecimento: 1989 |
Família com Leopoldo Luiz de MIRANDA |
marido |
Leopoldo Luiz de MIRANDA Nascimento: 31 Outubro 1868 — Senador Mourão (Fazenda do Tijucussu), MG, Brasil Falecimento: 10 Novembro 1947 — Belo Horizonte, MG, Brasil |
herself |
Maria Mercedes MOURÃ?O Nascimento: 22 Março 1879 23 18 — Diamantina, MG, Brasil Falecimento: 9 Agosto 1959 — Belo Horizonte, MG, Brasil |
Casamento: 3 Fevereiro 1900 — Diamantina, MG, Brasil |
Nota | "Não era bonita na infância por causa de uma testa muito grande, o que concorreu para se tornar concentrada e propensa ao raciocÃnio. A vaidade e a coqueterie foram cousas que ela não conheceu. Simples, despretensiosa, era muito firme de vontade. Educada na religião católica, foi Filha de Maria e Dama de Caridade, associações em moda na época. Fez o curso primário com sua mãe que era professora de escola singular e a escola normal, na qual logo se destacou em matemática. Passou a sua adolescência entre sonhos e estudos. Em 1899, fundou junto com as primas Clélia Rabelo, Mariana Higina, Heloisa e Djanira Passos, Maria Josefina de Medeiros, um Jornal chamado "A Esperança", de cunho feminista. Em 1909, os rapazes fundaram o jornal "Diamantina 2® fase", para dialogar com as moças de então. Entre eles estavam:Artur de Queiroga; Teodomiro Alves Pereira, o compositor da modinha "Ã? a ti, flor do Céu"; Antônio Tolentino, depois prefeito do Serro por muito tempo, e o Leopoldo de Miranda. Quando resolveu continuar seus estudos, Mercedes disse a seu simpático e liberal pai queria estudar engenharia em Belo Horizonte. Já estava na fase de preparação, quando Leopoldo apertou o cerco, para impedi-la de viajar. Ai o feminismo caiu por terra: Mercedes preferiu ser mulher!... Casou-se. Em 1913, ela e Leopoldo fundaram a Escola Normal "Américo Lopes". Essa escola foi oficializada no Governo Antônio Carlos, passando a chamar-se "Escola Normal Oficial de Diamantina". Por ocasião do centenário de nascimento de Leopoldo de Miranda, o povo de Diamantina fez uma representação a Assembléia Legislativa, solicitando a mudança do nome do estabelecimento para "Colégio Estadual Prof. Leopoldo de Miranda", em homenagem ao seu fundador. Mercedes era uma mulher resoluta; nunca lhe faltava ânimo para resolver as situações mais difÃceis. Maria Mercedes viveu 80 anos. Faleceu deixando 52 netos e vários bisnetos. Hoje ela é lembrada na famÃlia como a mulher evangelho, que foi a companheira fiel e o braço forte de seu esposo por 47 forte do anos, ajudando-o na faina da educação e manutenção dos filhos. A ela toda nossa gratidão. (Maio de 1971 Maria Wanita Mourão de Miranda) "Dona Mercedes, cumparando mal, a Senhora tem a Coragem de uma Onça!" "A Luz da inteligência poderosa não se lhe extinguiu de uma só vez", assim o prof. Aires da Matta Machado Filho, iniciou uma crônica sobre o falecimento de D® Mercedes publicada no jornal O Estado de Minas em 22/03/1979, dia do centenário de nascimento da matriarca. "Resistiu à escuridão, enquanto pôde. Lento e lento, foi-se-lhe confundindo, até que em bruxuleio final que ninguém fixou, passou a brilhar de fora para dentro. De tanto recordar, perdeu o rumo da reminiscência, que se transformou na única realidade. Por fim, transfez-se em sombra do que antes era. Quem a visse então, sentia-lhe a morte, vez a vez. O gritante contraste doÃa na inteligência e na sensibilidade. Por isso, quando ela se foi para sempre, experimentaram a impressão de assistir a um remate muito triste aqueles que permaneceram deste lado, "na luta e na saudade", no dizer de Dom José Newton de Almeida Batista, Arcebispo de Diamantina. Nessa cidade nasceu, amou, viveu. Aà encontrará quem se dispuser a evocá-la, para exemplo e admiração. O pai, polÃtico por vocação pessoal e amor à sua terra, pôde dar-lhe o modesto conforto das famÃlias numerosas. Temeroso do mal do século, adotou uma concepção anti-romântica da educação feminina, rara naqueles tempos. Não queria saber de jovem sonhadora, a consumir-se de amor, ao som de bilros. Encaminhou-a para a vida intelectual. A mãe, cuja nobreza de alma e sangue se retemperou na dureza da vida em que a criaram, ensinou-a a enfrentar a pobreza como privação que Deus envia. Na suavidade dos modos singelos, cultivou-lhe a têmpera da energia. Pertencia a essa casta de mulheres que educam a poder de esforços e sacrifÃcios desajudados, filhos e filhas. Um dia ainda se estudará a matrona mineira. A nossa contou com o apoio do companheiro, a quem sempre auxiliou em tudo e por tudo. Entrou a decair, quando o perdeu. Nasceram-lhe dezesseis filhos. Só não criou até o fim aqueles a quem Deus quis levar em botão. Muito fez a jovem estudiosa, moça culta, a professora, a mulher de inteligência esclarecida, mas o primor dos seus feitos está na formação cristã de familia modelar. Valha o testemunho quem o sente, em todos os minutos, de quase vinte anos. Da primeira vitória intelectual ficou documento. "O MunicÃpio" noticia a formatura da normalista, com distinção em todas as matérias, menos um plenamente em Economia PolÃtica, que então fazia parte do programa. Foi em 1896. Os rapazes da cidade tinham os seus professores particulares. Estudavam com eles para irem prestar exames de preparatório, na Capital do Estado. Por que tolher a mesma aspiração à s moças? Também a elas começavam a franquear-se, embora dificultosamente, as portas da Universidade. Dirigiu-se a Belo Horizonte e fez os seus preparatórios, com brilho fora do comum. Nisso foi a primeira naquela região. De mais uma primazia podia se orgulhar-se. Em 1899, com outras moças da cidade igualmente imbuÃdas de preocupações culturais , fundou o periódico " Esperança", uma das primeiras folhas feministas do Brasil. Tinha de pugnar pelas revindicações feministas. Nisto como em tudo mais, nunca se esquivou aos princÃpios da religião verdadeira. A fé escudou a católica contra o desespero na adversidade e a revolta na injustiça. Afrontou e venceu o sofrimento. Dele tirou proveito, talvez despercebidamente, para proporcionar aos filhos a escola incomparável da dificuldade. Tinha construÃdo a própria casa: no sentido metafórico, mas até na acepção concreta da palavra. Desenhou-lhe a planta, numa quadra em que, mortos havia muitos arquitetos coloniais, mestres que se guiavam pelo risco, se tornou costume edificar pelo rumo... Vigiou os operários [daà a frase que abre este texto] e há de tê-los ajudado algumas vez. Os meninos punham-se grandes, sem onde continuarem seus estudos. Recursos para tanto não os havia em Diamantina fora do Seminário e do Colégio Particular da Irmãs Vicentinas. "Vamos fundar uma escola normal" - propôs o marido. Figurava o nome dela na lista dos professores. Desde então, lecionou Aritmética, Ãlgebra e Geometria Longo tempo sustentou-se a escola, só de abnegação do corpo docente. No entanto, ia indo por adiante. A Professora de Matemáticas formava discÃpulos, em cuja vida se projeta, primeiro na cultura, agora também na saudade. Simultaneamente, a famÃlia ia-se criando: dezesseis filhos e não sei quantos alunos. Também se fez professora primária. Quando mocinha, ajudara a mãe, que também dava escola. Foram só dois anos, mas os alunos desse tempo não a esquecerão nunca. Em Diamantina, deixou o seu ar e seu gosto. Mesmo assim, ainda viveu dias tranquilos na Capital. Pulsou e sopesou valor e prestÃgio dos filhos, os quais se fizeram e subiram, quando o avô, já em desgraça polÃtica, não os podia proteger. Foi-lhe dado ver os frutos dos desvelos com as filhas. Em torno dela reuniam-se os netos, que chagaram a 52 em sua vida. Deus ainda lhe concedeu lucidez para abençoar os primeiros bisnetos entre os dezesseis que deixou. Cessa de viver, neste mundo, aos oitenta anos e poucos meses, pois nascera a 22 de março de 1879 e faleceu a 9 de agosto de 1959. Energia e fé, duas palavras já empregadas nestas pobres linhas, resumem a vida que se finou em plenitude. A consideração de tudo quanto neles se compagina sempre acompanhará em adequado contraponto a imorredoura lembrança de D® Maria Mercedes Mourão de Miranda". A força de D® Mercedes, foi tão marcante na famÃlia, que apesar do esposo ter registrado uma filha com o nome de Aspásia, D® Mercedes, por sua conta a batizou de Olyntha e foi o nome pelo qual ela foi conhecida pelo resto da vida. Foi sepultada no jazigo 134 do Cemitério do Bomfim em Belo Horizonte, MG. |