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Maria Mercedes MOURÃ?OIdade: 80 anos18791959

Nome
Maria Mercedes MOURÃ?O
Nomes
Maria Mercedes
Sobrenome
MOURÃ?O
Nome de casada
Maria Mercedes MIRANDA
Nascimento 22 Março 1879 23 18
Nascimento de uma irmãMaria Cecília Corrêa MOURÃ?O
12 Setembro 1880 (Idade 17 meses)

Nascimento de uma irmãMaria Olinta Corrêa MOURÃ?O
6 Novembro 1881 (Idade 2 anos)

Nascimento de um irmãoPedro Corrêa Rabelo MOURÃ?O
16 Dezembro 1882 (Idade 3 anos)

Falecimento de uma irmãMaria Cecília Corrêa MOURÃ?O
1882 (Idade 2 anos)

Nascimento de uma irmãMaria Bernadete Corrêa «Tia Neném» MOURÃ?O
29 Maio 1884 (Idade 5 anos)

Nascimento de uma irmãMaria José Corrêa MOURÃ?O
24 Maio 1886 (Idade 7 anos)
Batizado de uma sobrinhaMaria José Corrêa MOUR�O
1886 (Idade 6 anos)
Nascimento de um irmãoOlímpio Júlio de Oliveira «Pimpinho» MOURÃ?O
9 Maio 1888 (Idade 9 anos)
Nascimento de uma irmãMaria Zelinda de Oliveira MOURÃ?O
10 Agosto 1891 (Idade 12 anos)

Nascimento de uma irmãMaria Ester Corrêa MOURÃ?O
18 Setembro 1892 (Idade 13 anos)

Nascimento de um irmãoJoão Corrêa MOURÃ?O
27 Maio 1893 (Idade 14 anos)

Falecimento de um irmãoJoão Corrêa MOURÃ?O
21 Setembro 1894 (Idade 15 anos)

Nascimento de um irmãoJoão Cleto Corrêa «Bambão» MOURÃ?O
8 Junho 1896 (Idade 17 anos)
Batizado de um irmãoJoão Cleto Corrêa «Bambão» MOURÃ?O
21 Junho 1896 (Idade 17 anos)
Falecimento de uma avó maternaTereza Corrêa Ferreira RABELO
10 Novembro 1898 (Idade 19 anos)
CasamentoLeopoldo Luiz de MIRANDAView this family
3 Fevereiro 1900 (Idade 20 anos)
Nascimento de um irmãoPaulo Krüger Corrêa MOURÃ?O
23 Julho 1901 (Idade 22 anos)

Falecimento de um irmãoFrancisco Sales Corrêa MOURÃ?O
24 Setembro 1926 (Idade 47 anos)
Falecimento do paiOlímpio Júlio de Oliveira MOUR�O
5 Setembro 1933 (Idade 54 anos)
Falecimento de uma irmãMaria Cecília Corrêa MOURÃ?O
16 Janeiro 1942 (Idade 62 anos)

Falecimento de uma irmãMaria Bernadete Corrêa «Tia Neném» MOURÃ?O
8 Agosto 1944 (Idade 65 anos)

Falecimento da mãeMariana Corrêa RABELO
10 Setembro 1944 (Idade 65 anos)
Falecimento de um maridoLeopoldo Luiz de MIRANDA
10 Novembro 1947 (Idade 68 anos)
Sepultamento de um maridoLeopoldo Luiz de MIRANDA
11 Novembro 1947 (Idade 68 anos)
Falecimento 9 Agosto 1959 (Idade 80 anos)
Sepultamento 10 Agosto 1959 (1 dia depois do falecimento)
Família com pais - View this family
pai
mãe
Casamento: 3 Fevereiro 1877Diamantina, MG, Brasil
22 meses
irmão mais velho
3 meses
herself
18 meses
irmã mais nova
14 meses
irmã mais nova
irmã
irmão mais novo
17 meses
irmã mais nova
irmão
irmã mais nova
2 anos
irmão mais novo
3 anos
irmã mais nova
22 meses
irmão mais novo
-8 meses
irmã mais nova
4 anos
irmão mais novo
5 anos
irmão mais novo
Família com Leopoldo Luiz de MIRANDA - View this family
marido
Leopoldo Luiz de MIRANDA
Nascimento: 31 Outubro 1868Senador Mourão (Fazenda do Tijucussu), MG, Brasil
Falecimento: 10 Novembro 1947Belo Horizonte, MG, Brasil
herself
Casamento: 3 Fevereiro 1900Diamantina, MG, Brasil

Nota

"Não era bonita na infância por causa de uma testa muito grande, o que concorreu para se tornar concentrada e propensa ao raciocínio. A vaidade e a coqueterie foram cousas que ela não conheceu. Simples, despretensiosa, era muito firme de vontade. Educada na religião católica, foi Filha de Maria e Dama de Caridade, associações em moda na época. Fez o curso primário com sua mãe que era professora de escola singular e a escola normal, na qual logo se destacou em matemática. Passou a sua adolescência entre sonhos e estudos. Em 1899, fundou junto com as primas Clélia Rabelo, Mariana Higina, Heloisa e Djanira Passos, Maria Josefina de Medeiros, um Jornal chamado "A Esperança", de cunho feminista. Em 1909, os rapazes fundaram o jornal "Diamantina 2® fase", para dialogar com as moças de então. Entre eles estavam:Artur de Queiroga; Teodomiro Alves Pereira, o compositor da modinha "� a ti, flor do Céu"; Antônio Tolentino, depois prefeito do Serro por muito tempo, e o Leopoldo de Miranda. Quando resolveu continuar seus estudos, Mercedes disse a seu simpático e liberal pai queria estudar engenharia em Belo Horizonte. Já estava na fase de preparação, quando Leopoldo apertou o cerco, para impedi-la de viajar. Ai o feminismo caiu por terra: Mercedes preferiu ser mulher!... Casou-se. Em 1913, ela e Leopoldo fundaram a Escola Normal "Américo Lopes". Essa escola foi oficializada no Governo Antônio Carlos, passando a chamar-se "Escola Normal Oficial de Diamantina". Por ocasião do centenário de nascimento de Leopoldo de Miranda, o povo de Diamantina fez uma representação a Assembléia Legislativa, solicitando a mudança do nome do estabelecimento para "Colégio Estadual Prof. Leopoldo de Miranda", em homenagem ao seu fundador. Mercedes era uma mulher resoluta; nunca lhe faltava ânimo para resolver as situações mais difíceis. Maria Mercedes viveu 80 anos. Faleceu deixando 52 netos e vários bisnetos. Hoje ela é lembrada na família como a mulher evangelho, que foi a companheira fiel e o braço forte de seu esposo por 47 forte do anos, ajudando-o na faina da educação e manutenção dos filhos. A ela toda nossa gratidão. (Maio de 1971 Maria Wanita Mourão de Miranda)

"Dona Mercedes, cumparando mal, a Senhora tem a Coragem de uma Onça!" "A Luz da inteligência poderosa não se lhe extinguiu de uma só vez", assim o prof. Aires da Matta Machado Filho, iniciou uma crônica sobre o falecimento de D® Mercedes publicada no jornal O Estado de Minas em 22/03/1979, dia do centenário de nascimento da matriarca. "Resistiu à escuridão, enquanto pôde. Lento e lento, foi-se-lhe confundindo, até que em bruxuleio final que ninguém fixou, passou a brilhar de fora para dentro. De tanto recordar, perdeu o rumo da reminiscência, que se transformou na única realidade. Por fim, transfez-se em sombra do que antes era. Quem a visse então, sentia-lhe a morte, vez a vez. O gritante contraste doía na inteligência e na sensibilidade. Por isso, quando ela se foi para sempre, experimentaram a impressão de assistir a um remate muito triste aqueles que permaneceram deste lado, "na luta e na saudade", no dizer de Dom José Newton de Almeida Batista, Arcebispo de Diamantina. Nessa cidade nasceu, amou, viveu. Aí encontrará quem se dispuser a evocá-la, para exemplo e admiração. O pai, político por vocação pessoal e amor à sua terra, pôde dar-lhe o modesto conforto das famílias numerosas. Temeroso do mal do século, adotou uma concepção anti-romântica da educação feminina, rara naqueles tempos. Não queria saber de jovem sonhadora, a consumir-se de amor, ao som de bilros. Encaminhou-a para a vida intelectual. A mãe, cuja nobreza de alma e sangue se retemperou na dureza da vida em que a criaram, ensinou-a a enfrentar a pobreza como privação que Deus envia. Na suavidade dos modos singelos, cultivou-lhe a têmpera da energia. Pertencia a essa casta de mulheres que educam a poder de esforços e sacrifícios desajudados, filhos e filhas. Um dia ainda se estudará a matrona mineira. A nossa contou com o apoio do companheiro, a quem sempre auxiliou em tudo e por tudo. Entrou a decair, quando o perdeu. Nasceram-lhe dezesseis filhos. Só não criou até o fim aqueles a quem Deus quis levar em botão. Muito fez a jovem estudiosa, moça culta, a professora, a mulher de inteligência esclarecida, mas o primor dos seus feitos está na formação cristã de familia modelar. Valha o testemunho quem o sente, em todos os minutos, de quase vinte anos. Da primeira vitória intelectual ficou documento. "O Município" noticia a formatura da normalista, com distinção em todas as matérias, menos um plenamente em Economia Política, que então fazia parte do programa. Foi em 1896. Os rapazes da cidade tinham os seus professores particulares. Estudavam com eles para irem prestar exames de preparatório, na Capital do Estado. Por que tolher a mesma aspiração às moças? Também a elas começavam a franquear-se, embora dificultosamente, as portas da Universidade. Dirigiu-se a Belo Horizonte e fez os seus preparatórios, com brilho fora do comum. Nisso foi a primeira naquela região. De mais uma primazia podia se orgulhar-se. Em 1899, com outras moças da cidade igualmente imbuídas de preocupações culturais , fundou o periódico " Esperança", uma das primeiras folhas feministas do Brasil. Tinha de pugnar pelas revindicações feministas. Nisto como em tudo mais, nunca se esquivou aos princípios da religião verdadeira. A fé escudou a católica contra o desespero na adversidade e a revolta na injustiça. Afrontou e venceu o sofrimento. Dele tirou proveito, talvez despercebidamente, para proporcionar aos filhos a escola incomparável da dificuldade. Tinha construído a própria casa: no sentido metafórico, mas até na acepção concreta da palavra. Desenhou-lhe a planta, numa quadra em que, mortos havia muitos arquitetos coloniais, mestres que se guiavam pelo risco, se tornou costume edificar pelo rumo... Vigiou os operários [daí a frase que abre este texto] e há de tê-los ajudado algumas vez. Os meninos punham-se grandes, sem onde continuarem seus estudos. Recursos para tanto não os havia em Diamantina fora do Seminário e do Colégio Particular da Irmãs Vicentinas. "Vamos fundar uma escola normal" - propôs o marido. Figurava o nome dela na lista dos professores. Desde então, lecionou Aritmética, Ãlgebra e Geometria Longo tempo sustentou-se a escola, só de abnegação do corpo docente. No entanto, ia indo por adiante. A Professora de Matemáticas formava discípulos, em cuja vida se projeta, primeiro na cultura, agora também na saudade. Simultaneamente, a família ia-se criando: dezesseis filhos e não sei quantos alunos. Também se fez professora primária. Quando mocinha, ajudara a mãe, que também dava escola. Foram só dois anos, mas os alunos desse tempo não a esquecerão nunca. Em Diamantina, deixou o seu ar e seu gosto. Mesmo assim, ainda viveu dias tranquilos na Capital. Pulsou e sopesou valor e prestígio dos filhos, os quais se fizeram e subiram, quando o avô, já em desgraça política, não os podia proteger. Foi-lhe dado ver os frutos dos desvelos com as filhas. Em torno dela reuniam-se os netos, que chagaram a 52 em sua vida. Deus ainda lhe concedeu lucidez para abençoar os primeiros bisnetos entre os dezesseis que deixou. Cessa de viver, neste mundo, aos oitenta anos e poucos meses, pois nascera a 22 de março de 1879 e faleceu a 9 de agosto de 1959. Energia e fé, duas palavras já empregadas nestas pobres linhas, resumem a vida que se finou em plenitude. A consideração de tudo quanto neles se compagina sempre acompanhará em adequado contraponto a imorredoura lembrança de D® Maria Mercedes Mourão de Miranda". A força de D® Mercedes, foi tão marcante na família, que apesar do esposo ter registrado uma filha com o nome de Aspásia, D® Mercedes, por sua conta a batizou de Olyntha e foi o nome pelo qual ela foi conhecida pelo resto da vida. Foi sepultada no jazigo 134 do Cemitério do Bomfim em Belo Horizonte, MG.